folhas ao ar

  Eu não queria parar! Corria por entre as pedras e arbustos como se fugindo de mim mesmo, do meu egoísmo mascarado,  da minha vida sem sentido e torpe que havia construído em poucos anos.

  Agora estou aqui, longe de tudo, com a respiração a falhar e o medo a sufocar.  Há poucas horas estava sentado a beira do grande lago rindo com amigos brindando a riqueza que desfrutava. Agora me sinto o mais miserável ser humano. Sem nada nem ninguém somente eu e esse galho que me segura entre a salvação e o abismo.

  A rapidez do incidente juntamente com aflição do coração não me deixara entender o motivo por estar ali.  Realmente não importa, o sol já desponta no  horizonte, com as mãos feridas não sei quanto mais suportarei preciso gritar buscar auxílio nem que seje na última gota de esperança, por remissão ,por ajuda.

 

Não posso mais.... Meus gritos ,não mais possuem força. Tenho que o fazer.... Vou soltar minha mão da única coisa que me mantêm vivo. Uma última coisa! Não posso esquecer... finalmente eu me encontrei.
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Espelhos

  Podia se ouvir o som de pisadas fortes que vibravam na grama molhada pela chuva. Era Lucas correndo pelo jardim.
  Embaixo de uma árvore ,vestindo um traje de gala, chorava angustiante o jovem Pedro. Com os braços em volta das pernas, sujo e encharcado pelo temporal pensava mil coisas até que Lucas ofegante exclama próximo a ele. "Me diga o que houve? !"
   Lucas levanta seu rosto rapidamente com uma expressão de ódio e rancor. Levantando dizia aos gritos. "Não se aproxime de mim! ! Vá embora! " Sua voz falhava e suas lágrimas se misturavam a gelada chuva que caia sobre ele.
   "Me diz!  O que a Angela te falou?!" Pedro tentou tocar o amigo mas foi empurrado. Lucas estava transtornado e apontando para Pedro que se encontrava no chão falava em tom ameaçador. " Eu tentei! Sim eu tentei!  Mas não posso suportar não com a Angela a garota que amo ... QUE AMO! !"
     Pedro olhava a cena com um temor nos olhos, no fundo ele pode juntar as coisas e entender, sentiu então que era o causador de tudo aquilo com a voz fraca disse.  "Lucas não me diga que..." Lucas olhando em outra direção gritou.  "ELA TE AMA! !"
      O garoto ao chão não podia deixar que isso acontecesse. Já era noite a chuva e o som da festa que acontecia a alguns metros abafava toda a discussão.  "Não sei.  Não queria que nada disso fosse verdade... Eu queria entender o POR QUÊ!? " Pedro falava enquanto tentava se aproximar outra vez. Lucas virando se para Pedro olhando em seus olhos chorava copiosamente. "Pedro você é um lixo de DNA uma aberração. Todos que se aproximam de você não te amam da maneira normal. NINGUÉM REALMENTE TE AMA!  Todos somente amam você porque está em seu DNA. Você não deveria EXISTIR!"
   O tempo tão continuo parecia ter parado naquele momento.  Pedro e Lucas se olhavam profundamente como se enchergassem suas almas.  Lucas então sai correndo em direção ao estacionamento, em choque Pedro desliza apoiado pela árvore Até o chão encharcado.  E chora inconsolável.